Assim como destaca Hanna Yakoby, o conflito entre o Hamas e Israel é um dos confrontos mais persistentes e voláteis do mundo contemporâneo. A região, historicamente marcada por extensão, viu uma escalada de hostilidades em episódios recentes. Para compreender as causas do conflito atual, é necessário examinar profundamente as raízes históricas, políticas e sociais que alimentam essa tensão.
Raízes históricas
As raízes do conflito remontam ao final do século XIX e início do século XX, quando ocorreu o movimento sionista, que buscava estabelecer um Estado Judeu na Palestina, então sob domínio do Império Otomano. A Declaração de Balfour (1917), emitida pelo Reino Unido, promoveu o estabelecimento de um “lar nacional para o povo judeu” na Palestina. Isso diminuiu com a população árabe local, que via uma crescente presença judaica como uma ameaça à sua identidade e território.
Em 1947, a ONU aprovou o Plano de Partilha da Palestina, que previa a criação de Estados Judeus e Árabes na região. No entanto, Hanna Yakoby ressalta que a guerra árabe-israelense de 1948 resultou na expansão do território israelense, alimentando ainda mais o conflito. Desde então, ocorreram várias guerras, intifadas e confrontos, contribuindo para a instabilidade na região.
Causas políticas
As questões políticas desempenham um papel significativo no conflito entre o Hamas e Israel. O Hamas, um grupo islâmico palestino, ganhou destaque nas últimas décadas como alternativa à Autoridade Palestina, vista como corrupta e ineficaz. O Hamas defende uma resistência armada contra Israel e a destruição do Estado Judeu.
Por sua vez, Israel se preocupa com a presença do Hamas na Faixa de Gaza, que controla desde 2007. O lançamento de foguetes pelo Hamas em direção às cidades israelenses e os túneis de destruição usados para infiltrar militantes palestinos no território israelense têm fontes contínuas de tensão.
Além disso, a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e a expansão desses assentamentos têm minado as perspectivas de uma solução de dois estados. Isso dificulta as negociações de paz e intensifica o conflito, explica Hanna Yakoby.
Causas sociais
As condições socioeconômicas precárias na Faixa de Gaza alimentaram a insatisfação entre os palestinos, tornando-os mais suscetíveis ao recrutamento pelo Hamas. O bloqueio israelense e o imposto à região têm agravado a situação humanitária, contribuindo para o descontentamento generalizado.
Segundo Hanna Yakoby, a falta de perspectivas econômicas e a falta de acesso a serviços básicos geraram um sentimento de desespero entre os jovens palestinos, que muitas vezes, se alinham para o Hamas em busca de uma saída.
O conflito atual entre o Hamas e Israel é resultado de uma complexa interação de fatores históricos, políticos e sociais. A solução para este conflito de longa data requer um compromisso genuíno de ambas as partes em busca da paz e da estabilidade na região.
Isso envolve a criação de um ambiente propício para negociações, o fim da expansão de assentamentos, o alívio das condições humanitárias na Faixa de Gaza e o engajamento da comunidade internacional como mediadora imparcial. Somente com esforços concertados e uma abordagem de longo prazo é que podemos vislumbrar a esperança de uma paz entre o Hamas e Israel.