Prestação de contas eleitorais: por que candidatos e partidos precisam declarar tudo e o que acontece se não fizerem?

By Alexei Kuznetsov 5 Min Read
Marcio Coutinho

O advogado Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho explica que a prestação de contas eleitorais é um dos pilares da democracia e da lisura no processo eleitoral brasileiro. Ela garante transparência sobre os recursos arrecadados e gastos durante as campanhas, permitindo que eleitores, órgãos fiscalizadores e a Justiça Eleitoral monitorem se as regras foram cumpridas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece normas claras para que todos os envolvidos declarem suas movimentações financeiras.

 

Veja mais, a seguir!

 

 Quais são as regras de transparência para candidatos e partidos?

 

O TSE exige que todos os candidatos e partidos políticos apresentem uma série de documentos comprovando como obtiveram e utilizaram os recursos durante o período eleitoral. Isso inclui desde doações feitas por pessoas físicas até o uso de fundos partidários e recursos próprios. Cada centavo deve ser declarado em relatórios específicos, como o Demonstrativo de Arrecadação e Aplicação de Recursos (DRE), que é analisado pela Justiça Eleitoral.

 

Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho também destaca que há limites claros para gastos por candidatura, definidos com base na proporção do número de eleitores e do cargo disputado. As despesas devem ser compatíveis com esses tetos e comprovadas por meio de notas fiscais e outros documentos hábeis. Qualquer irregularidade pode levar à impugnação da prestação de contas, o que significa que o candidato ou partido pode enfrentar sanções legais, além de perder direitos políticos futuros. 

 

 Quais são as consequências de não declarar corretamente?

 

Quando um candidato ou partido político falha na prestação de contas, ou apresenta informações incorretas, ele corre sérios riscos jurídicos. A Justiça Eleitoral pode considerar a prestação de contas como “não prestada” ou “irregular”, o que pode acarretar multas, inelegibilidade por até 8 anos e até mesmo a cassação do mandato, caso o candidato tenha sido eleito. Há também a possibilidade de responsabilização criminal, especialmente em casos de falsificação de documentos ou uso indevido de recursos.

Marcio Coutinho
Marcio Coutinho

Outro impacto grave é a perda de legitimidade diante da opinião pública. Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho frisa que com a crescente demanda por transparência política, qualquer indício de má gestão ou ocultação financeira pode prejudicar a imagem do candidato, ou do partido nas próximas eleições. Em um cenário onde a confiança do eleitor é cada vez mais valiosa, a falta de zelo com as obrigações eleitorais pode gerar danos irreversíveis à carreira política. 

 

 Como funciona o processo de análise das prestações de contas?

 

Após o término do pleito, os candidatos e partidos têm um prazo determinado pelo TSE para enviar seus relatórios financeiros. Esses documentos passam por uma análise rigorosa, que pode incluir auditorias e verificações cruzadas com dados bancários e de doadores. O objetivo é identificar inconsistências, como valores inexistentes, doações acima do limite permitido ou uso de recursos proibidos. Caso alguma irregularidade seja encontrada, o responsável tem direito a apresentar defesa antes da decisão final.

 

Se a prestação for considerada regular, o candidato ou partido recebe o certificado correspondente, atestando o cumprimento das obrigações eleitorais. No entanto, se forem detectadas falhas graves, o caso pode ir para julgamento no Tribunal Eleitoral. Nesse momento, o advogado Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho ressalta que podem ser aplicadas penalidades que vão desde advertências até multas pesadas e restrições legais. 

 

Transparência é essencial para a democracia

 

Em resumo, a prestação de contas eleitoral não é apenas uma exigência formal, mas um instrumento vital para assegurar a lisura do processo democrático. Ao declarar com clareza sua arrecadação e seus gastos, candidatos e partidos demonstram compromisso com a ética e com o Estado de Direito. O TSE desempenha um papel fundamental nessa fiscalização, criando mecanismos que inibem práticas ilegais e promovem maior transparência.

 

Portanto, Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho conclui que é fundamental que todos os agentes políticos compreendam a importância dessa obrigação e a tratem com seriedade. Só assim será possível construir uma política mais justa, acessível e confiável para toda a sociedade brasileira. Afinal, a verdadeira representatividade começa com a transparência.

 

Autor: Alexei Kuznetsov

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