Em Curitiba um novo acidente envolvendo um biarticulado voltou a despertar preocupação sobre a segurança viária no cruzamento problemático localizado no bairro Capão Raso. O episódio ocorreu quando um ônibus de grande porte colidiu com um carro ao se aproximar da Avenida Winston Churchill, cruzando com a Rua Luiz Del Gobbo. A colisão atingiu com força a lateral do automóvel enquanto o coletivo teve a parte frontal bastante danificada. O evento reacende discussões sobre o planejamento urbano, a legislação de trânsito e a necessidade urgente de medidas concretas. O choque causou transtornos, danos materiais e uma situação de risco para motoristas, passageiros e pedestres, o que mostra que ainda há muito a ser feito.
Esse ponto de cruzamento já tem histórico de acidentes e de reclamações de moradores, comerciantes e condutores que se sentem inseguros ao trafegar pela região. A visibilidade limitada, as conversões à esquerda em momentos de funcionamento da canaleta, a sinalização falha ou deficiente e o fluxo intenso contribuem para tornar aquele local particularmente crítico. Mesmo com alertas feitos anteriormente, as medidas adotadas até o momento não parecem ter sido suficientes para eliminar ou ao menos mitigar os riscos. A falta de clareza sobre os momentos ideais de conversão ou as condições de tráfego piora a situação em horários de pico.
Diante desse novo acidente, autoridades de trânsito devem intensificar estudos técnicos para reavaliar todo o desenho desse cruzamento, suas faixas, semáforos, iluminação, regras de conversão e intervenções físicas que dificultem manobras perigosas. A população espera um posicionamento claro que combine engenharia de tráfego, adequação normativa e uma fiscalização eficaz. Sem isso as notícias de colisões serão recorrentes, gerando não só prejuízo material mas também insegurança psicológica para quem vive ou passa por ali. É importante que se desenhem caminhos que reduzam drasticamente a probabilidade de novos choques.
Intervenções possíveis incluem a proibição ou restrição de conversões à esquerda naquele ponto, mudanças no tempo de sinalização para evitar conflitos diretos, barreiras físicas que impeçam avançamentos indevidos, ajustes na geometria das vias para melhorar visibilidade e uma sinalização clara e padronizada que permita a todos enxergar com antecedência os momentos de mudança de fase dos semáforos. Além disso, operar com ações educativas junto aos motoristas, informando riscos, e campanhas de conscientização sobre os perigos locais são ferramentas que reforçam as intervenções físicas.
Outro aspecto relevante é o impacto no fluxo de transporte coletivo, especialmente dos biarticulados, que são veículos largos, pesados, de grande porte e pouco flexíveis em manobras abruptas. Quando há colisões ou situações de risco esse transporte sofre, usuários ficam expostos, atrasos ocorrem, trajetos se tornam imprevisíveis. A confiança da população em usar esse modal pode diminuir se os episódios de perigo se repetirem. Portanto garantir segurança nesses cruzamentos é também contribuir para a eficiência do sistema coletivo de ônibus e a mobilidade urbana de forma mais ampla.
A responsabilidade não recai apenas sobre o órgão gestor do trânsito, mas exige parceria entre poder público municipal, corporações de tráfego, sociedade civil, engenheiros de transporte e planejamento urbano. A participação dos moradores locais pode fornecer dados valiosos sobre horários de maior risco, visibilidade, falhas de iluminação e pontos cegos. A cooperação intersetorial favorece soluções mais duradouras, com planejamento de médio e longo prazo, fazendo com que ações emergenciais sejam complementadas por melhorias estruturais que resistam ao tempo.
Quando ocorrerem acidentes como esse fica evidente que há custo além do estrago físico: há danos à credibilidade, ao investimento público em sinalização e infraestrutura, há custos de socorro, de hospitalização, de reparo de veículos, além do trauma que permanece. Para evitar que esses episódios se tornem rotina é crucial que medidas preemptivas sejam estabelecidas. A antecipação de problemas por meio de análise de acidentes passados e de mapeamento de pontos de risco pode ajudar a prevenir novos incidentes antes que causem consequências graves.
Em resumo a repetição de acidentes de biarticulado naquele cruzamento problemático em Curitiba mostra que a situação requer ação imediata e estruturada. A combinação de estudo técnico, intervenção física, ajustes normativos, fiscalização rigorosa e comunicação com a população é indispensável. Evitar que novos choques ocorram ali significa não apenas um ganho de segurança, mas também um avanço no respeito ao direito de todos de transitar sem medo, de preservar vidas e de conviver em uma cidade com mobilidade mais humana.
Autor: Alexei Kuznetsov