O Movimento Brasil Livre (MBL) anunciou, em 7 de maio de 2025, a expulsão do vereador João Bettega (União), de Curitiba. A decisão foi tomada após semanas de discussões internas no grupo, culminando em uma série de críticas públicas e acusações de traição e falta de comprometimento político. A medida foi acompanhada de uma nota onde o MBL detalhou os motivos da expulsão e fez sérias acusações contra o vereador, como sua postura autoritária, a ausência de um trabalho político efetivo e a sua postura contrária aos valores defendidos pelo movimento.
A situação de crise envolvendo João Bettega se arrastava há algum tempo, mas se intensificou após uma série de vídeos polêmicos. O MBL destacou que Bettega, ao invés de cumprir com suas obrigações como vereador, preferia se dedicar a gravar vídeos e criar controvérsias nas redes sociais, o que gerava um impacto negativo tanto para seu mandato quanto para a imagem do movimento. O coordenador nacional do MBL, Renan Santos, se referiu à expulsão como uma das maiores traições já registradas no grupo, enfatizando a postura dos assessores do vereador, que preferiram se afastar a seguir com ele após as diversas atitudes questionáveis de Bettega.
A nota também mencionou que o vereador demonstrou desinteresse por seu trabalho legislativo, preferindo se envolver em questões externas que estavam longe de contribuir para o avanço de sua carreira política e para a execução de seus deveres como representante da população de Curitiba. A principal acusação do MBL contra Bettega é sua falta de empenho em apresentar projetos de lei e atuar de forma significativa no desenvolvimento da cidade, além de uma postura de desdém em relação à sua própria equipe de trabalho, que pediu exoneração coletiva como protesto contra sua conduta.
Além disso, a situação ficou ainda mais tensa quando um vídeo foi divulgado, no qual João Bettega fazia ataques ao MBL e expressava seu apoio à agenda bolsonarista. Esse vídeo foi considerado um ponto de inflexão, pois evidenciou a falta de alinhamento entre as atitudes do vereador e os princípios do MBL. A reação de Bettega ao confronto foi de total indiferença, o que gerou ainda mais desconfiança e desgaste dentro do grupo.
O MBL revelou que, antes de ser expulso, João Bettega teria tentado barganhar sua permanência dentro do movimento, exigindo a demissão do chefe de gabinete em troca de um compromisso com a agenda do MBL. A proposta foi vista como um ultimato autoritário, o que levou o grupo a tomar a decisão de expurgá-lo, pois a situação se tornava insustentável tanto para os membros do movimento quanto para os seus assessores.
Outro aspecto ressaltado pelo MBL foi o comportamento do vereador, que se negava a divulgar seus próprios projetos de lei e se concentrava em ações de baixo impacto, como confrontos em redes sociais com moradores de rua e idosos. O movimento criticou ainda a sua falta de vergonha em relação ao grupo que o elegeu, e a ironia de um político que não cumpre com suas responsabilidades enquanto segue em busca de polêmicas.
João Bettega, até o momento, não se pronunciou sobre sua expulsão do MBL. A nota final do movimento indicou que a expulsão era definitiva e que o vereador estava fora do grupo. Para os membros do MBL em Curitiba, a situação foi vista como uma grande decepção, pois o vereador, que inicialmente foi eleito com o apoio do movimento, falhou em cumprir com os compromissos assumidos, prejudicando a imagem de todos os envolvidos.
O episódio gerou repercussões políticas significativas em Curitiba e no Paraná. A decisão do MBL pode afetar a relação do movimento com outros políticos da região e provocar discussões sobre a eficácia de grupos que, como o MBL, tentam influenciar diretamente as políticas locais. Em meio à turbulência, o MBL reforçou sua posição de compromisso com a ética e com a política séria, buscando afastar-se de figuras que não compartilham de seus princípios.
Este caso evidencia as tensões que podem surgir dentro de movimentos políticos e a importância da disciplina e da coerência ideológica para a manutenção da união e do apoio popular. Ao expulsar João Bettega, o MBL demonstra seu compromisso com a transparência e com a responsabilidade política, buscando preservar sua imagem como um grupo que prioriza a ética em suas ações e nas escolhas de seus representantes.
O episódio é, sem dúvida, um marco na história recente do MBL e serve como uma lição para outros movimentos políticos que buscam consolidar sua base de apoio e garantir que seus representantes cumpram com os princípios que os norteiam. A saída de Bettega deixa uma marca significativa na política de Curitiba e abre um novo capítulo nas relações do MBL com seus representantes e com o público em geral.
Autor: Alexei Kuznetsov